Estamos bem. Acho que finalmente chegamos
ao ponto de dizer que não temos mais do que reclamar. O que importa é
que aprendemos apreciar a rotina. Não ligamos que o almoço demore três
horas para ficar pronto, estamos fazendo isso juntos. Não nos importamos
em ver filmes ou séries repetidas, estamos fazendo por nós, pelo
momento.
Não interessa que a gente só se veja por
trinta minutos durante a semana, estamos fazendo isso pelo prazer da
companhia. Estamos bem e o que importa é que aprendemos a nos encontrar
nos erros. Seguimos com os mesmos defeitos, mas estamos consertando para
que estes não nos incomodem mais. Continuamos com os mesmos vícios, mas
agora tomamos cuidado para que estes não ofendam um ao outro.
Permanecemos com o sofrimento, mas estamos aprendendo a lidar com o
passado para que o futuro nos perceba.
Estamos bem e parece que percebemos o que
importa. O que importa é que vamos olhar para trás sabendo que nos
redimimos. O que importa é que vamos rir da última viagem que fizemos,
da palavra que entendemos errado e do tropeção que demos nos pés da
vida. O que importa é que sempre caímos de pé. O que importa é que
estamos estudando um ao outro e que se ontem estávamos no ensino
fundamental, hoje já estamos na graduação.
O que importa é que sabemos quais são os
nossos limites, qual é o meu, qual é o seu, e quais deles devemos
respeitar ou invadir. O que importa é que a gente não precisa mais ficar
falando o tempo todo, o silêncio nos embala, conforta. O que importa é
que notamos que precisamos um do outro, não por dependência, mas por
conexão.
O que importa é que sabemos o que nos
conecta, o que nos une e o que nos torna diferente de outras pessoas,
aquelas que teriam entregado tudo o que importa para Deus, esperando que
Ele arrumasse soluções e dissesse que é melhor ir para a direita ou
esquerda. Mas isso não importa. Estamos bem, isso é o que importa.
Bruno Ernica, publicado em: http://umsentimentopordia.com.br/








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